segunda-feira, outubro 22, 2007

"Todo sentimento precisa de um passado para existir. O amor não. Ele cria como que por encanto o passado que nos cerca. Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio com alguém que, há pouco, era quase um estranho. Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica".
Benjamin Constant

terça-feira, setembro 11, 2007

você tem que saber que eu quero correr mundo correr perigo
eu quero é ir-me embora
eu quero dar o fora
e quero que você venha comigo

segunda-feira, agosto 27, 2007

Sinto-te

Sinto falta...
... do teu cheiro, intenso que gruda em mim ...
... do teu perfume, sempre o mesmo, sempre igual, sempre, eterno ...
... do teu toque, suave, terno ...
... do teu abraço, forte, protector, seguro ...
... do teu sorriso, sincero, inocente, de criança ...
... do teu riso, sempre tímido, nunca forçado, sincero ...
... da tua voz, meiga, calma, que sossegava sempre o meu coração, porque estavas alí ...
... dos teus conselhos, sempre sábios e orientadores ...
... da nossa partilha, total ...
... da nossa cumplicidade, incondicional ...
... do que sou contigo ...
... Sinto falta ...
... de ti, de mim ...
... Sinto-te ...

segunda-feira, abril 23, 2007

"[...] Para quê querer das coisas a razão
Se quase nada tem razão de ser [...]"

sexta-feira, abril 13, 2007

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!...


... há dias em que é a única coisa que me apetece fazer ...

sábado, março 31, 2007


A princípio é simples anda-se sozinho, passa-se nas ruas bem devagarinho. Está-se no silêncio e no borborinho, bebe-se as certezas num copo de vinho e vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo, dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo. Diz-se do passado que está moribundo, bebe-se o alento num copo sem fundo e vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... E é então que amigos nos oferecem leito, entra-se cansado e sai-se refeito. Luta-se por tudo o que leva a peito, bebe-se come-se e alguém nos diz bom proveito e vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... Depois vem cansaços e o corpo fraqueja, olha-se para dentro e já pouco sobeja. Pede-se o descanso por curto que seja, apagam-se dúvidas num mar de cerveja e vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... Enfim duma escolha faz-se um desafio, enfrenta-se a vida de fio a pavio. Navega-se sem mar sem vela ou navio, bebe-se a coragem até dum copo vazio e vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... E entretanto o tempo fez cinza da brasa e outra maré cheia virá da maré vaza. Nasce um novo dia e no braço outra asa, brinda-se aos amores com o vinho da casa e vem-nos à memória uma frase batida: hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... hoje é o primeiro dia do resto da tua vida... Sérgio Godinho

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Numa manhã de Março



«Vestia de marfim e trazia o mundo nos olhos. Mal me lembro das palavras do padre, nem dos rostos perdidos de esperança dos convidados que enchiam a igreja naquela manhã de Março. Permanece, apenas, em mim o roçagar dos seus lábios e, ao entreabrir os olhos, o juramento secreto que trazia na pele e que recordaria todos os dias da minha vida.»

Maresia

Sentado na esplanada sentia o calor do sol de Janeiro, que por entre as parcas nuvens, procurava trazer alguma luz e calor. Por entre a maresia, o mar estava ali ao alcance da mão, sentia um cheiro que lhe era familiar. Um perfume. Juntamente com ele, a recordação de um rosto, de um corpo, de uma paixão, de um amor, fugaz, mas intenso, marcante, nunca esquecido, mas já há muito perdido.
Recordava, agora, com um sorriso, sincero e sentido, e com saudade um futuro vivido a dois, que nunca aconteceria.
Suspirou e perdeu-se na imensidão do mar, a recordar momentos que nunca viveriam.